sexta-feira, 4 de setembro de 2009

ROMANCEIRO DA ERVA-MATE

Luiz Coronel

Naquele dia, por simpatia,
se achegou, sentou ao meu lado.
E me olhou e me serviu
mate com açúcar queimado.

Voltei logo, vim de longe
troteando a felicidade.
Naquele mate com açúcar
me deu somente amizade.

Passei a vagar pelos campos
dia e noite a pensar nela.
Pra dizer que em mim pensava
fez um mate com canela.

Colhi as flores do campo,
trouxe brincos e um anel.
Querendo casar comigo
me serviu mate com mel.

Mas não quis partir comigo,
ai, quanta tristeza eu trago.
Pra dizer tenho outro amor,
me deu mate muito amargo.

Sete vezes eu voltei,
mas desisti afinal.
Só pra me mandar embora
me serviu mate com sal.

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