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RIO DE JANEIRO - A criação de uma nova companhia estatal destinada a administrar as reservas gigantes da camada do pré-sal - que vem sendo chamada no mercado de "Petrosal" - pode fortalecer a Petrobras no futuro, segundo aponta relatório divulgado ontem por analistas do Credit Suisse.
Com o título "Desmistificando a controvérsia do pré-sal", o relatório destaca que, se o Brasil adotar modelo semelhante ao da Noruega, a nova estatal funcionaria como uma agência para gerenciar os contratos das empresas petrolíferas.
"Neste esquema, é evidente que a Petrobras, como principal operadora no Brasil, teria um papel importante e mesmo assim não iria competir com a 'Petrosal'", diz o relatório.
A dúvida, para os analistas do banco, diz respeito à forma como este operador iria ser escolhido: se de maneira clara e transparente, com todas as empresas concorrendo com a oportunidade, ou se por escolha discricionária, na qual a Petrobras acabaria por ser o parceiro preferencial.
"Em qualquer caso, o governo precisará de capital e de know-how dos operadores [seja a Petrobras ou qualquer outra empresa] para desenvolver as áreas", aponta o documento, lembrando que o processo de escolha da empresa parceira por parte do governo poderá determinar o interesse futuro das empresas por áreas exploratórias no Brasil.
"Em última instância, o que irá determinar este interesse é o retorno econômico futuro destas áreas e não o tipo de contrato. No entanto, alterar o quadro regulamentar envia um mau sinal de instabilidade, cria incerteza para os jogadores e, em última instância resulta em menor disponibilidade de capital para o País. A conseqüência é que as empresas podem exigir taxas de retorno extraordinárias, forçando o governo a desistir de uma maior cota no pré-sal", diz o relatório, afirmando que uma decisão ainda menos favorável para as empresas petrolíferas é melhor do que a atual incerteza.
"Com base nesta discussão, nós acreditamos em última instância que 'Petrosal' não é uma ameaça para a Petrobras, ou para qualquer operador do petróleo no Brasil, contanto que trate de áreas não licenciadas e supondo que ela terá como parceira outros operadores", ressalta o texto.
Ainda segundo os analistas do Credit Suisse, os principais focos que os investidores têm que ter em mente hoje para tentar decifrar o que esperar do futuro da Petrobras são: em primeiro lugar, saber se a tributação (participação especial) vai mudar também para a atual produção; em segundo, saber se aumentará a participação especial sobre os blocos exploratórios já em concessão; e em terceiro, qual será a participação do governo no processo de unitização do cluster de Tupi.
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